terça-feira, 7 de abril de 2015

DELFINÓPOLIS ( COMPLEXO DO CLARO)

CHEGANDO EM DELFINÓPOLIS...



CACHOEIRA DA GRUTA




Viemos conversando sobre tudo ,especialmente sobre pegar carona na estrada.
Oriel ,me contava que já havia sido assaltado e por uma mulher. Disse que a mesma estava com um bebê novinho nos braços alegando que precisava chegar ao RJ p pedir perdão a mãe que estava muito doente. Chorava e suplicava ajoelhada. Ele e seu grande coração não aguentaram ver aquela cena tão comovente e resolveu levar a  pobre moça.

No meio do caminho conversa vai, conversa vem, ela perguntou a ele se ja havia sido assaltado alguma vez .
Ele balançou acabeça respondendo que sim, algumas vezes.
Ela perguntou : E por mulher ?
Ele respondeu : Nunca
Ela então completa : Então serei a primeira ! Faça o que mando e nao vai acontecer nada com vc.
Diz ele que ela tirou um 38 de dentro da bolsa do bebê envolto numa fralda, e pôs encima do painel como lembrete. Pediu p ele seguir um caminho específico e chegando lá haviam mais 6 homens a sua espera.

Tomaram tudo dele e no final ,um dos caras perguntou : Que faremos com ele agora ?

E a mulher que era a  chefe da quadrilha respondeu : solta ele longe e não façam nada.
Ele suspirou aliviado ,mas ainda ficou cara a cara com sua algoz naquele momento,quando ela o segurou pelo queixo e disse : Não confie em mulher, nenhuma, um dia pode se dar mal.

Ele foi deixado numa estrada só de cueca e conseguiu ajuda.
Depois ficou um tempo sem dar carona, mas logo seu coração mole não aguentou e estava a praticar novamente.

Ele é casado, mas não tem filhos, tem enteada e neta postiça que adora e trata como se fosse de sangue.
Pessoa muito generosa e em todo momento perguntava se precisava de algo p Mel.
Seguimos viagem...desta vez rumo a balsa, p atravessas o rio da represa do peixoto. Foi tranquilo a travessia . Depois tinha ainda um mundo de estrada pela frente, um sobe e desce sem fim em 50 tons de verde

Bem na entrada da cidade , tem um centro de apoio ao turista,porém chegamos e percebemos que estava havendo um curso ,palestra ,ou algo parecido pois haviam no salão central umas  10 pessoas reunidas sentadas em círculo discutindo algo que não dava p saber o que é olhando de dentro da van dos correios.

Oriel achou  melhor eu ficar então no centro, onde eu havia visto uma placa já sinalizando o Complexo do Claro. Me deixou na praça central e disse que no outro dia as 14 hs passaria por alí novamente e se quisesse carona era só aguardar ele em fente aos correios p voltar p Cássia ou Passos.
Agradeci e ele foi terminar seu trabalho.

Logo que deixou a praça,que diga se de passagem estava bem movimentada , eu caminhei em direção a Prefeitura e havia uns dois homens na porta parados conversando. Cheguei meio tímida e perguntei como fazia p chegar no Complexo do Claro ,e eles falaram que tinha que pegar a estrada tal e caminhar tanto.... aí bem na hora apareceu um motorista do ônibus escolar, e o cara da prefeitura disse : Olha , esse cara aí pode te ajudar, te deixar lá perto, fala com ele !!

 Ai falei com o motorista e ele disse para estar as 12 :00 hs na praça que ele ia p os lados de olhos d'água,um povoadinho bem no meio das montanhas entre Babilônia e Glória.
Na esquina havia uma pastelaria, entrei e pedi uma coxinha, e depois meio que com vergonha 2 tomadas para poder carregar celular e câmera. A senhora muito simpática sorriu p nós e perguntou o que eu fazia na cidade.

Eu disse que era viajante e que estava ali p conhecer e depois postar nossas histórias em um blog e ela achou bacana. Deu um pirulito p Mel e ficamos ali falando de outras coisas..
As 12 hs eu fui p praça,onde o ônibus escolar já se encontrava parado ,e pessoas humildes subiam com caixas, sacolas de compras pesadas e quase todas as mulheres tinham um bebê nos braços, todo da faixa de idade de Melissa.

Ao entrar no bus, Mel sentou se na janelinha, observou uns 5 min pela janela, deitou e dormiu... Depois de 10 min chegamos ao nosso primeiro destino: A entrada do Complexo do Claro.
3 km dentro de trilha até chegar a recepção da propriedade. Caminhamos no sol, depois de 1 km abri o mega guarda chuvas e foi de grande ajuda naquela manhã quente e cansativa.
Enquanto eu caminhava , observava o movimento na mata, ainda lembrava das historias de onça, e lobos na região, mas tbm poderiam haver cobras e eu tenho pavor de cobras !

A cada passo olhava p trás, mas não havia nada ,era só o sol na cabeça e a fome me pregando peça. Enquanto caminhava tentando contar os kms percorridos, passa na nossa frente um monte de galinhas atravessando de um lado do mato p outro, foi cômico ,o pulo que dei era tipo os videos enviados ao Domingão do Faustão. Depois eu ri...ri muito, e agradeci  de nã ter ninguém ali rindo da  minha cara.rsrs

Foram  3 km que pareciam 8, o terreno as vezes era plano, outras vezes ígreme,ora liso, com buracos,com lama, com pedra... várias corredeiras do rio  ao redor,com aquele barulhinho que é bom p dormir...

Chegamos em uma área que havia casas e seguimos em frente pois parecia deserta... Encontramos uma faixa escrito que era o Complexo do Claro, procuramos o camping e nada...continuei subindo e ouço um grito : Ei, tá perdida ?
 Eu ; Não! tô procurando o camping..
O senhor : É aqui mesmo, pode pôr em qualquer lugar, mas antes troca uma palavrinha aqui com meu genro que ele que cuida.

Então o joão ( nome fictício ) apareceu ... Rapaz  simpático,jovem ,se dizia caseiro dali.Pedi informações de como ver as cachoeiras e ele disse que era um pacote fechado.

Por míseros 30 Dilmas, podia acampar e ver as 6 cachoeiras que ficavam dentro da propriedade.
Eu achei mega caro, havia percorrido todo o trajeto de carona p economizar o dinheiro e chegar e pagar $30 conto era  demais . Tentei negociar ,mas o rapaz disse que se fizesse desconto, sairia do bolso dele a diferença. Tinha toda uma burocracia de se cadastrar, colocar pulseira de controle e tal... Pedi p entrar em contato com a dona, ele disse que não dava...e que ela tbm não deixaria por menos.
Pensei muito. Eu dei quase uma volta toda na Canastra por fora somente p estar ali e um dilema me consumia; Pagar ou não ficar .

Conversando mais com ele e explicando que viajamos d carona, ele nos indicou outro camping só p passar a noite, mas que não havia cachoeira no local. Então disse que  era só seguir a estrada com indicação das cachoeiras e sem  querer querendo continuar seguindo....mas se encontrasse alguém no caminho dizer que subiu sozinha porque não viu ninguém lá e não sabia que tinha que pagar e tal, dar uma de joão sem braço.

E foi o que fiz ! Não tinha outro jeito...eu não ia pagar 30 reais p ver as cachoeiras, e estava com planos p voltar no fim da tarde p cidade, e dormir lá, não no camping.Cheguei na primeira cachu...discreta, bonita, com uma piscina natural p crianças ao lado ,eu queria entrar mas Melissa estava meio chatinha,porque mosquitos subiam nela..rrs.

Fomos na segunda cachoeira, coisa mais linda, pena que não pude chegar mais perto pois o acesso era pelas pedras no meio do riacho e certos pontos tinha correnteza forte e a Melissa estava com medo,o barulho era muito alto e ela pedia p ir embora... então tirei umas fotos de longe mesmo e voltamos p estrada.

A terceira tbm era maravilhosa, uma queda no paredão com um lago fundo no meio.... muitas pedras ao redor, Cachoeira da Gruta...
Seguindo haviam mais 3 cachoeiras, porém Melissa dormiu e o peso dobrou pelo relaxamento do corpo.

Estava com a mochila já que não ia acampar, e fui meio que de  penetra ... senão deixava lá com o caseiro e ia...

A quarta cachu era um pouco mais longe, e o caminho se mostrou um pouco mais dificil p se fazer com peso extra, não sei porque naquele momento tbm me deu dor de barriga e sabia que tinha que achar um banheiro logo. Então desisti  ( coisa rara de acontecer ),de subir as outras, mas as que vi já valeram muito a pena.

Desci de volta p recepção do complexo e a esposa do João ( nome fictício ) apareceu. Pedi um copo de água, e ela me trouxe bem gelada. Tomei  2. Ficamos conversando bastante, ela tinha um bebê de 10 meses e Melissa queria brincar com ele.

O tempo batendo papo foi suficiente p descansar e seguir viagem.
Uns amigos dos caseiros vieram p nadar no poço que havia ali perto e quando voltaram a esposa de joão ( esqueci o nome dela ), pediu p nos dar carona até o centro. E aí juntei as coisas , me despedi e seguimos de volta a cidade de Delfinópolis.












PISCINA NATURAL 

CACHOEIRA DO TOMBO




CACHOEIRA DA PAZ




Nenhum comentário:

Postar um comentário